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Archive for setembro \28\+00:00 2009

Raid BTT “Arruda-Atlantico” 2009

28 de setembro de 2009 Deixe um comentário
AVISO: O filme contém linguagem obscena e cenas (de BTT claro) eventualmente chocantes para os mais susceptiveis…
 
    
 
O meu amigo Tuca escreveu o relato desta aventura.
Fiz o belo do copy/paste a partir do ForumBTT e aqui está ele:
 
"Eram  7.15 da manhã 6 Companheiros saíram do C. Sul rumo a Arruda .
Cerca das 8.15 , hora a que nos tínhamos proposto por em marcha  estávamos a iniciar a nossa Travessia.
As primeiras dificuldades surgiram ao Km 5 ou 6 onde as primeiras subidas, foram acompanhadas por algum nevoeiro e uma ligeira brisa da manhã, que compensava o “calor”  das subidas.
Engano aqui engano acolá , porque a malta anda depressa e os GPS’s ainda não tinham ainda adquirido o ritmo, lá apanhamos as primeiras descidas técnicas e as primeiras dificuldades. Na primeira descida digna desse nome o Morgas resolveu entrar a matar num rego e do pequeno tombo nada resultou a não ser a manete do travão  ter-se soltado, o que obrigou à 1ª paragem técnica.( Aqui apareceram 2 moto 4 e pensámos que era o Tomac )
Sobe e desce, mais sobe do que desce, apanhámos de tudo, singles, estradões entre vinhedos e pomares, subidas com pedragulhos, silvas ( eu que o diga ) descidas com regos e areia, cascalho, eucaliptos deitados no chão que nos fizerem pegar nas meninas, e tudo isto com algumas subidinhas com cerca de 25 º de inclinação que quase todos amarinharam. (Tudo pedalava na maior)
Conversa aqui conversa acolá , chegamos ao litoral onde fizemos um single espectacular à beira da Arriba, com vista soberba sobre a Praia  e comemos umas boas bifanas em Santa Cruz. Por essa altura já levávamos cerca de 55 Km.
Após a refeição saímos de Santa Cruz e a coisa foi difícil até apanharmos o ritmo.
Belos estradões que compõem uma “Eco Pista” que aquela gente, e bem,  resolveu fazer naquele local. Rolávamos a cerca de 20 e 25 Km quando a minha câmara do meu pneu da frente resolveu começar a vazar. Ainda nos lembrámos do Rock e do Júlio com os seu tubless, mas lá tivemos que fazer a 2 ª paragem técnica. O Naz aproveitou para se sentar, pois o esforço era muito, mas ainda assim ajudou a vazar a dita e com a ajuda dele e do Morgas lá substituímos a coisa.
Linha do comboio para lá linha do comboio para cá, single espectacular que designámos por “single do canal” por sinal um bocadinho melhor e mais longo do que o Single do Mosteiro, zonas termais com Edifícios bem cuidados e lá apareceram as primeiras subidas do regresso, isto quando já alguém dizia que levávamos 1400 m de acumulado.
O calor apertava quando iniciámos a última subida , parte em alcatrão mas que acabava num sítio espectacular com uma Igreja no cimo, e onde todos os Companheiros ao chegarem agradeceram tê-lo feito em boas condições ( à parte do empeno que alguns, incluindo eu, já começavam a sentir) . Certamente que há fotos do local .
Mais uns moinhos lá bem no alto , brutais descidas e mais algumas subidas e estávamos perto de Arruda, eis que a câmara do pneu da frente do Morgas  resolveu começar a vazar e vai de efectuar  a  3ª paragem técnica.
Depois disso foi praticamente descer até Arruda e é nessa altura que, já em Arruda,  o Naz surpreendeu a Malta, pois resolveu dar mais duas voltas a Arruda, provavelmente em Single Speed o que deixou a todos deveras preocupados pois o homem tinha desaparecido.
Enquanto isso houve alguém que negociou um belo de um banho nos Bombeiros, com água tépida/ fria  até que o Naz resolveu aparecer. Acabámos bem com um prego e umas bebidas recuperadoras num local de gosto duvidoso, não pela qualidade da refeição, mas mais pelo Clube que representa.

Tenho a agradecer a todos pela companhia e em particular a cada um :
–   Biscas, porque não deixava descansar  ninguém o homem vai sempre a falar e a tirar fotos, e agora a sério, também pelo cuidado que sempre demonstrou como o meu “tendão”  ( a final o gajo aguentou ) ;
–   Camalaca por ter sempre acompanhado a malta com a sua boa disposição ;
–   Froids, pela experiência demonstrada neste tipo de percurso e pela forma como nos guiou com o GPS, e ainda, pelas fotos e filmes que admito virem a confirmar o relato acima;
–   Morgas, pelo ritmo imposto e também pela orientação dada pelo seu GPS 
–   Naz , pela Força demonstrada e pela sempre boa disposição;
–   “Penetra” ou “Gajo” ( individuo que sem nos conhecer de lado algum se colou ao pessoal  – apelidado também de Mister X Piscadela) que acompanhou a malta do principio ao fim, com um GPS que se enganava bastante porque o homem ia sempre à frente a puxar pela Malta, pela boa disposição e pelas histórias das “Fazendas”, e pela negociação do banho nos Bombeiros.

Boa semana.
Eu vou descansar o tal de Aquiles."

 
By Mário "Tuca"
 
Seguem-se algumas das fotos que tirei durante este magnifico desafio, que decorreu no passado domingo. Teve inicio e final em Arruda dos Vinhos e levou-nos até à costa atlantica e às praias de Santa Cruz durante uns longos e prazenteiros 105kms!
  
Em Arruda dos Vinhos pouco antes de nos metermos ao caminho…
A primeira paragem depois da primeira "piramide"…
Vinhamos do topo à direita por uma brutal descida…

A altimetria "para sofrer" do Nazgul…
Pedaço de caminho intransitável devido ao elevado bom senso dos madeireiros portugueses…

Mais uma subidita valente…
De onde vinhamos? Algures do lado de lá daqueles montes…
Biscas numa das muitas descidas "boas" do raid…

Aqui Nazgul em grande plano em mais um single bastante divertido…
Já cheirava a mar…

Foto da praxe assim que chegámos à costa…

Num outro café que o referido estava cheio, à espera da paparouca. Bifanas e pregos p’ra Malta…

A desmoer o almoço ao longo da marginal de Santa Cruz…
Apreciando as magnificas vistas das praias…
Durante a resolução do furo do Tuca…
Até deu para remendar furos sentado…
O diabólico pó branco que se agarra a todo o lado…

A rolar bem ainda antes de T.Vedras…
De passagem pelas antigas ruelas de Torres Vedras…
Um antigo aqueduto, um canal e um single-track fantástico! Combinação 5*****….
Depois de ficarmos a ver o Combóio a passar…
Paragem técnica com as magestosas éolicas como pano de fundo…
Mais uns trilhos espectaculares…
E mais umas subidinhas…
Já faltava pouco. O mais duro estava já para tras…
Tuca e Morgado…

Pessoal dos Saloios à Descoberta na capela no topo do monte…

E a Santa Malta…
Sempre com o seu espirito brutal…

Ainda nos faltavam umas subiditas…
Mas já tudo muito tranquilo e sempre por caminhos e trilhos muito bonitos…

E já estava! De novo em Arruda dos Vinhos…
 
A galeria completa de fotos pode ser vista aqui: Raid BTT Arruda-Atlantico 2009
A galeria do Pedro "Biscas" está aqui.
O nosso novo companheiro Carlos, com o qual foi um prazer pedalar, também tirou mais umas quantas fotos. Todas de grande qualidade e podem ser vistas na sua Galeria: Carlos Almeida @ Picasa.
 
O track GPS está disponivel aqui: Arruda Atlantico 2009
 
Obrigado Malta pela companhia nesta bela aventura! É mil vezes mais agradável faze-lo na vossa companhia! Piscadela
Um Abraço a todos!
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2ª Maratona “Rota da Sopa da Pedra”

22 de setembro de 2009 Deixe um comentário
 
No domingo, dia 20 de Setembro, teve lugar a 2ª Maratona e Meia-Maratona da cidade de Almeirim, intitulada "Rota da Sopa da Pedra" e cuja organização esteve a cargo da Secção de Ciclismo da Associação 20kms de Almeirim.
 
Por agora fiquem com o pequeno filme que fiz da participação da Brito’s Team Língua de fora Composta por mim, pela Rita Katita e pelo meu primaço Tiago que veio directamente de Abrantes para nos fazer companhia em mais esta aventura…
 
 
Mais tarde coloco as fotos…
Assim como o Track GPS…
 
Tenho que deixar os meus sinceros PARABÉNS à Associação 20kms de Almeirim que esteve muitíssimo bem, proporcionando um extraordinário dia de BTT a quem se deslocou até lá. Surgiram aqui e ali pontos a rever, até porque, cerca de 1000 atletas já é um número consideravel e requer uma logistica pesadissima, mas numa forma geral foi tudo nota máxima!
Festeiro
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Passeio Rural BTT – Vila do Conde

14 de setembro de 2009 Deixe um comentário
 
No fim de semana passado, eu e a Katita rumámos ao Norte para mais uma aventura sobre rodas…
Enquanto a crónica do acontecimento não vê a luz do dia, fiquem com o filme e umas fotos do que foi o Passeio Rural BTT de Vila do Conde.
 
Aqui fica o relato "com movimento" da passeata…
O som original do video foi substituido devido às leis do Copyright®…
 
Língua de fora
E algumas fotos…
Os nossos dorsais…
Aspecto da zona de partida…

Num dos stands da Feira Rural estavam estacionadas estas meninas…

Katita a posar para a foto…

Momentos antes do inicio…
A Katita toda nervosa…
A Nau Quinhentista na foz do rio Ave…
Já nos trilhos…

Numa das várias passagens sobre o Ave…

Katita pedala com uns companheiros de última hora…
Este passeio contou com todo o tipo de trilhos. Aqui, rolantes e rápidos…
Katita apeada numa das várias subidas "valentes" do percurso…
Com alguns elementos do grupo de Vila do Conde. A nossa "Guarda de Honra"…

No topo do Trilho da Cividade…
Com as suas Ruínas muito bem conservadas…
Mais uma subida upa, upa! Esta era das mais duras…
Mais uma ponte…

Mais um belo recanto…

Caminhos muito bonitos…

Mais uma ruela pitoresca…

A chegar a Vila do Conde, já no final do passeio…
 
Depois do passeio e assim de repente, um azar.
O elevador do vidro do lugar do pendura rebenta de vez e depois de uns estalidos fica imobilizado. A janela toda aberta, foi por momentos um bico de obra que deixou a Katita toda aborrecida.
Lá se resolveu, com a providêncial ajuda do dono de uma mercearia que me cedeu o material necessário para improvisar um vidro novo.  Mil obrigados!
 
Resultado final:
Depois de baixar, um barulho estranho e… Já não voltou a subir. Resultado: Elevador partido e novo "look" na minha fiél skoda…
Katita toda "empenada" na marginal de Vila do Conde…
Eu a fazer pose…
 
O Track GPS ainda não está online… Ainda nem liguei o GPS desde que cheguei.
Assim que puder, actualizo…
 
Abraços

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Velha Lisboa

14 de setembro de 2009 Deixe um comentário
Velha Lisboa
An Urban Adventure…
 
Video já disponivel no final do post!
 
No passado dia 6 de Setembro, eu e a Santa Malta rumámos a Lisboa para uma manha de btt diferente do habitual.
Um passeio por Lisboa antiga, desde o Cais-do-Sodré à Graça, do Bairro Alto ao Castelo e muito, muito mais… Uma viagem pelas ruelas e escadarias desta velha e carismática cidade.
 
Éramos 8 companheiros, incluindo um rapaz que descoheço o nome, mas também zarpou tão cedo que não tive tempo de perguntar  Oops!
Uma voltinha pequenina, com pouca maralha, mas muito divertida. O "habitué"!
Algumas subidinhas, muitas escadinhas, ginginha e pastel de bacalhau pelo meio, mais umas subidinhas e mais umas escadinhas.
Uns "singles" e "trilhos" porreiros com muitos turistas a passear. Ficavam incrédulos!

As "velhas" de Lisboa, essas sempre bem dispostas!
Haaa! Esperem, houve mesmo um single, daqueles "a sério", de terra batida e tudo. E isto bem no coração da Cidade! 
 
Ficam algumas das poucas fotos que tirei…
Na Ginginha Papular, Restauradores.
Sandes de leitao, pasteis de bacalhau, ginginha e cerveja preta às 10h00 da manha…

Com a Igreja de São Vicente de Fora (Esq.) e a Igreja de Santa Engrácia, ou Panteão Nacional (Dir.) como pano de fundo…
O velhinho Elevador da Bica…

Eu algures… Foto de Rui Santos
 
O Video encontrou uns problemas no Departamento de Produção, os quais atrasaram a sua estreia, mas já aí está!
Assim já podem assistir à Matiné!
 
 
O Track GPS pode ser descarregado aqui: [Em actualizaçao…]
 
Abraços
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Rota do Patrimonio

9 de setembro de 2009 Deixe um comentário
A Rota do Património – Um passeio por Reguengos de Monsaraz.
 
Ora aqui está mais uma pequena passeata, que não correu bem como esperávamos, mas que não deixou de ser bastante divertida.
Muitas peripécias, alguns sustos, um furo do mais teimoso que já vi e umas quantas esfoladelas!
 
É no que dá traçar percursos no Google Earth seguindo propostas com mais de 5 anos Surpreendido
Com mais calma, escrevo o relato da aventura!
 
Sem mais demoras…

 

 
A galeria completa de fotos pode ser vista aqui: Rota do Património
Nao coloco o Track GPS porque não se encontra em condições de ser seguido com segurança!
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Arrabida75

4 de setembro de 2009 1 comentário
Arrábida 75 
 
        Já há uns dias que me andava a apetecer uma daquelas voltinhas que nos deixam a transbordar de satisfação, seja pela sua localização, dificuldade ou o que for. Apetecia-me uma daquelas passeatas que nos deixam ligeiramente empenados no final mas com um agradável sabor de boca, a alma cheia de boas sensações e os músculos doridos nos dias que se seguem.

Procurei na pasta dos Projectos, aquela onde moram os tracks GPS que pretendo algum dia completar, – há lá de tudo e para todos os gostos, trilhos e caminhos desde norte a sul de Portugal, incluindo outros fora fronteiras – procurando por algum que reunisse as condições para satisfazer as minhas necessidades.

Essa pastinha guardava preciosamente um track do Leonix, apregoando 75 quilómetros pelos melhores trilhos e single-tracks que a belíssima serra da Arrábida tem para oferecer. Entre este e o “S3K” da autoria dos PedraAmarela pendiam os pratos da balança. Mas como Sintra conheço bem, a Arrábida levou a melhor sobre a escolha. E embora com um acumulado mais humilde e de menor quilometragem não deverá certamente ficar a dever muito, em dureza e tecnicidade, ao track desenhado pelo grupo sintrense.

 

Eram 10h30 quando comecei a pedalar, já tarde é óbvio, saindo desde o largo da rodoviária de Palmela direito ao Single do Castelo que começava lá mais em cima, seguindo através de um bonito jardim para lá chegar. A subida para chegar de novo à vila haveria de ser feita pela subida de calçada romana, contornando toda a encosta sul do castelo.

Tinham inicio as hostilidades.

 

Local de inicio…

Single-track do Castelo…

Encosta sul do castelo de Palmela a subir pela calçada romana.

Sigo depois pelo Caminho dos Moinhos na direcção da serra do Louro.

O tempo estava porreiro. Soprava de norte um vento forte, mas que trazia consigo uma frescura que amainava o dia quente que se fazia sentir. Felizmente, o dia manteve sempre estas condições tendo-se mostrado realmente favorável, inclusive com algum vento pelas costas em algumas circunstâncias providenciais. Claro, e de frente noutras!

No Caminho dos Moinhos…

Umas antigas ruinas…

Faço a primeira paragem depois da subida Zig-Zag para comer e fazer outra coisa que me vinha a apetecer já há um bocado. Uma mija valente!

Passo pelo Moinho do Cuco e por mais um moinho, este, embora bastante degradado, ainda mantém a sua construção de pedra original. Passo ainda pelo Fim do Mundo e desço até cruzar a estrada nacional.

Adiante encontro a subida que dá pelo nome de Up Azeitão e acabo por entrar num single muito divertido com umas enormes lajes de calcário e umas zonas bastante técnicas e apelativas. Até Oleiros foi um tirinho. Aí tinha possibilidade de reabastecer de água que acabei por não fazer. Esperava almoçar na Comenda e lá haveria nova hipótese de conseguir o precioso líquido.

A chegar ao Moinho do Cuco…

Construção ainda original…

Subida Up Azeitão…

Um trilho bastante divertido antes de Oleiros…

De passagem por Oleiros…

Depois da povoação de Oleiros haveria de conhecer o tão famoso trilho da Falésia. Um single que percorre uma pequena falésia calcária com pouco mais que 300 metros de extensão. Uma pérola. Sem dificuldades de maior a não ser a sua exposição é realmente uma pequena delicia.

Mais à frente acabo por sofrer uma pequena queda, numa zona que já conhecia. Uma escorregadela e num ápice estava a deslizar descida abaixo, lateralmente, resvalando pelo chão uns metros. Ainda parvo, olho para cima e falho em perceber o que me fez cair. Enfim, azelhice ou distracção, o que é facto é que estava no chão. Sacudo-me e enquanto levanto a bike procuro os danos da minha escorregadela. Não encontro nenhum.

Vistas desde as imediações do Trilho da Falésia…

Trilho da Falésia…

Trilho da Falésia…

O Carrossel surge depois de uma curva. Terrivelmente vincado no início por uns sulcos enormes e muito fundos, acabou por ser um pedaço de caminho bastante divertido. Um verdadeiro carrossel de sobe e desce. Um ondulante rompe pernas que me transporta, intervalado com mais uns quilómetros de caminhos, até ao Velho das Saias. Um caminho formado por um túnel de vegetação, não desprovido de zonas técnicas com passagens de pedras com curvas apertadas e sinuosas, sempre resguardado à sombrinha, sempre a descer. Bem, quase sempre.

No inicio da subida de empedrado que o track marcava como Morena, ou Categoria, – fiquei na duvida – pensei que seria sempre a dar-lhe pois o bom piso assim o apregoava. Mentira, acabo por apear logo depois da primeira curva para deixar os pulmões restabelecerem o seu ritmo normal, debaixo de uma sombra do caminho. Volto a montar, mas volto a parar novamente no topo da dura rampa. Encostei-me, literalmente, a um pinheiro e aí descansei o suficiente para que os pulmões não saltassem cá para fora – tenho que deixar mesmo de fumar. – Mas como sempre, uma subida antecede sempre uma descida, que deu novamente pouco espaço para descansos.

 

Trilho Carrossel…

Velho das Saias…

No inicio da Morena…

O Single do Outão, aparece do outro lado da estrada, reconheci-o de outras andanças. Mas hoje custou-me mais do que nas anteriores passeatas. Fi-lo devagar, devagarinho, sem pressas. Este pequeno trilho, apesar de fácil tem umas zonas muito belas e mantém uma vista avassaladora uma vez chegado ao fim da primeira secção.

A fome já apertava e já só me lembrava da sandocha de presunto e queijo da serra – da Estrela, claro – que trazia na mochila. Já tinha comido os pêssegos que trazia, já tinha comido algumas barritas e especialmente já tinha bebido 3 litros de água. O meio litro do cantil, – com o sumo do Hulk – já havia ido e dentro do camelbak restavam somente umas goladas. Começava a tornar-se urgente chegar ao parque de merendas da Comenda.

Sentindo o camelbak vazio nas costas, continuei a pedalar, não tinha outra escolha, mas sabia que ainda teria pela frente uma subida com um nome pouco promissor. A subida das 3 Etapas. E que puta subida. Dura e longa, terrivelmente empinada e técnica nalgumas zonas. Eu desmontei assim que lhe percebi a cor. As forças iam-se esgotando e achei por bem facilitar um pouco a coisa e ir empurrando a bike monte acima. Foi duríssima na mesma. Não faço ideia da inclinação daquela 2ª etapa mas era da família das denominadas na gíria por “paredes”. Eu arriscaria ser mesmo um parente muito chegado! Facilmente acima dos 15%, garantido.

Single do Outão…

Single Maravilha…

Uma outra zona do Single Maravilha…

No principio da subida das 3 Etapas…

Apeado e arfando forte a meio da 3 Etapas. A mais dura secção…

Mas tudo tem o seu tempo e o das 3 Etapas havia culminado. Encontrava-me agora numa zona com vistas privilegiadas sobre Tróia, Setúbal e sobre o estuário do Sado… Via inclusive os verdes ferrys que fazem a travessia Setúbal-Tróia, tão pequeninos vistos daqui de cima que parecem de brincar. O caminho é uma pista de terra vermelha rapidíssima que através de uma suave ondular pela cumeada me leva à tão ansiada área de lazer e de merendas. Mais uma curta descida e chego à Comenda!

Enchi o bandulho com o que trazia de casa. Comprei duas garrafas de água de 1,5 Litros e uma torta – que apesar de aparentar ter mais de 15 dias, tinha açúcar e serviria como sobremesa. Comprei mais um sumo, depois de ter pedido uma Coca-cola e me ter sido dito que: “Infelizmente, não temos.”

Sentei-me numa das mesas que ocupam o espaço. A paragem demorou pouco mais de uma hora. Antes de zarpar comprei mais uma pequena garrafa de 0,5L para preparar nova dose de bebida energética e depois de fumado o cigarro da praxe pus-me finalmente a caminho.

Caminho rapidissimo com optimas vistas…

Sempre a rolar…

A peninsula de Tróia…

Já no parque de merendas da Comenda…

Comenda…

Até tem uma pequena praia. Não fui a banhos pelo adiantado da hora. Bem que apetecia…

Os trilhos perdem-se mais ou menos à cota, permitindo um rolar solto e rápido. Caminhos que já conhecia levam a outros que fico a conhecer, num imenso corrupio de sensações. Passo por um género de portal feito em toros de madeira, um género de portal de entrada e saída para um mundo distante, antigo. Escondido dos olhos do mundo pela densa vegetação que o envolve. Mais à frente uma avenida de Palmeiras. Depois disto, uma longa e empinada subida que me levou até à Calçada Romana. Uma calçada romana muitíssimo bem conservada. A superfície pedregosa e compacta fez o meu corpo vibrar por todos os lados. A suspensão – a da frente e a traseira – no seu curso máximo fazia o que podia por me manter confortável, mas nada houve que provasse esse facto. Todos os músculos me berravam aos ouvidos. As pernas, os braços, os pulsos, as costas. Todas as articulações e tendões do meu corpo gritavam de dor.

Quando cheguei ao local de Casal das Figueiras nem queria acreditar. Estava ainda inteiro, embora momentos antes todo o meu corpo aparentava ir-se desintegrar a qualquer instante. Abençoada subida da Tartaruga. Longa e empinada em alguma zonas, mas de piso suave e macio permitiu concentrar-me novamente e ir libertando a tensão que a descida anterior provocara. No entanto, as pernas acusavam já verdadeiro cansaço e foi sem cerimónias que parei e descansei, enquanto bebia mais uns valentes golos daquele sumo verde que trazia no cantil dentro da mochila. A água essa, desaparecia à velocidade de enormes golos de cada vez que mordia a torneirinha de borracha.

Trilhos rápidos, ondulantes e frescos…

Uma estrutura curiosa no final de um trilho…

A tal “avenida” de Palmeiras…

Mais uma subida dura de roer…

Já na Calçada Romana. Aqui ainda um prazer…

A descida final da mesma Calçada. Aqui já um verdadeiro tormento…

A subida que dá pelo nome de Tartaruga…

A certa altura, o track vira à esquerda e leva-me até à Capela de S. Luís. Numa altura propícia, diga-se. Belo o trilho, – outrora single-track, aposto – que me transportaria à capela. Uma zona mais plana e depois uma valente descida que termina num labirinto de sulcos com mais de meio metro de profundidade. Sozinho, opto pela segurança e desço a primeira parte a pé, fazendo a restante montado na bike, mas com ela dentro de um dos regos, empurrando e mantendo o equilíbrio com os pés, enquanto afrouxava a pressão nas manetes dos travões.

Contorno a capela na sua totalidade e tiro umas fotos. Puxo de uma barra que devoro enquanto procuro o melhor ângulo para mais um retrato. Daqui até à subida das 2 Cerejas foi um tirinho. Antes ainda surge o Single do Tanque à esquerda e só depois de mais uns trilhos, enfrento a dura subidazinha. Longa e empinada, foi uma das mais violentas de todo o percurso. Talvez tenha completado ¼ dela apeado.

Descida para a capela de S. Luis…

Á minha frente, alho complicado de ultrapassar montado…

Na capela de S. Luis…

Mais uma foto enquanto engulo mais uma barrita…

Todo o corpo começava a apresentar desgaste e a coordenação via-se afectada com isso. O trilho Raízes, embora bastante divertido e técnico foi palco de alguns sustos, mas nenhum com consequências. Em determinadas alturas é preferível ser adepto incondicional da gravidade e passar “depressa”, mas eu gosto de descer devagar, apreciar a dificuldade do obstáculo, medir-me com ele. Mas com o cansaço chegam dificuldades acrescidas. O equilíbrio já não é o mesmo, o corpo já não reage tão rápido como se gostaria, os instintos são abafados pelas dores no corpo.

Por isso me sabe tão bem quando chego novamente ao piso liso e macio da pista de gravilha que me leva até ao início do trilho da ½ Encosta, também conhecido como Fio Dental. Claro que antes ainda tive que trepar mais uma subida valente, mas anestesiado como já ia, pouco ou nada acrescentou às mazelas que já trazia.

Antes de me meter ao caminho pelo trilho que se abria à minha frente volto a comer e a beber uns golos do cantil. O single-track que corre a meia encosta acaba na estrada dos Barris, a qual sigo até ao desvio que me levaria à Quinta da Escudeira e à subida que ostenta o seu nome. Devo admitir que nesta altura pensei em rumar ao carro, de tão perto que estava, mas controlei-me e segui o plano inicial.

Mais um single-track…

Altura em que andei um pouco perdido…

Trilho da ½ Encosta, ou Fio Dental…
A subida da Escudeira surgiu inevitável, assim como eu senti necessidade de apear. Inevitável! Demorou, mas recomposto lá acabo por concluir a penúltima subida do dia. Atinjo a cumeada e nela sigo por estrada asfaltada até ao seu final, descendo pelo trilho marcado no mapa como Downhill – ou pelo menos muito perto deste. O que sei é que a descida foi muito boa, mas muito lenta e demolidora para o que restava das minhas massacradas costas. – Hoje vinham a moer-me particularmente mais que o costume.
Restava apenas a infame Cobra. Uma pista branca de gravilha e poeira. Longa, mas relativamente suave. Fi-la sem pressas. O sol brilhava já baixo no horizonte. Já passava das 19horas e os dourados raios de sol formavam uma cortina amarelada quando atravessavam o pó que pairava no ar, levantado pelos carros e motos que comigo se cruzaram.

No inicio do caminho que levava à Quinta da Escudeira…

Castelo de Palmela de novo à vista…

Nos trilhos do Downhill que acabaram com o que restava das minhas costas…

Depois de superada a Cobra, já no asfalto da vila…

Tinha pó em todo o lado. Os meus pneus eram totalmente brancos. A bike preta vinha de cor cinza-claro. Os meus dentes estavam cobertos por uma granulada camada de qualquer coisa. Quando pisei novamente o alcatrão e desci para o local onde estava estacionado o meu carro percebi o meu estado. Ao passar por uma montra qualquer vejo o meu reflexo. Uma cena fininha, magricela, com um terrível aspecto de cansado e coberto de uma película esbranquiçada que ao ser sacudida levantava uma nuvem de pó branco no ar.

Nove horas depois de partir estava de novo ali. Eram 19h20 quando encostei ao carro, depois de umas voltas ao jardim para arrefecer um pouco. Fazia muito tempo que não sentia aquele aperto inicial de câimbras e chegou a acontecer-me algures lá para trás durante a Escudeira e mesmo na descida seguinte. Depois de uns demorados alongamentos e da bicicleta arrumada sento-me finalmente ao volante. Parecia manteiga o sofá que agora tinha debaixo do rabo.

– Menos um na pasta dos Projectos!

Agora sim, podia dizê-lo em alto e bom som e apreciar o fugaz momento, pois assim que rodo a chave na ignição e o motor arranca, tudo se esfuma num ápice e a realidade apodera-se de novo de mim. Estava atrasadíssimo para o jantar, no Cacém, em casa dos meus pais.

No rádio entoava uma canção que entrava que nem ginjas no momento…

Quando a cabeça

não tem juizo,

O corpo é que paga…

Deixa-o pagar, deixa-o pagar,

Se tu estás a gostar…”

Fazendo as contas – olhando para o gps, melhor dizendo – acabei por pedalar 76km, durante pouco menos de 7 horas de pedal e as restantes nas necessárias paragens pelo caminho. Acabei contabilizando um total 2492 metros de subidas e outro tanto de descidas, com uma média de 11,6km/h. Consumi perto de 7 litros de água e devo ter deixado no caminho igual percentagem de suor.
Quarta-feira, 2 Setembro de 2009
 
A galeria completa de fotos pode ser vista aqui: Arrábida75
O track GPS pode ser conseguido aqui
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V BTT Trilhos da Raia

3 de setembro de 2009 Deixe um comentário
Deixo-vos com o Video Promocional da Edição "V BTT Trilhos da Raia" que se irá desenrolar no próximo dia 18 de Outubro em Idanha-a-Nova.
Além do vídeo estar fantástico, o trilhos bem merecem uma visita. Como tal eu e a Katita ja estamos inscritos. Eu nos 70kms e a Rita no percurso dos 45kms, com os dorsais 283 e 284 respectivamente Língua de fora
 
 
Video promo realizado por Joaquim Martins
 
Iremos passar pelas aldeias de Idanha-a-Nova, Proença-a-Velha, Medelim, Monsanto e Idanha-a-Velha.
Será sem duvida uma bela voltinha.
 
O tópico do passeio V BTT Trilhos da Raia no forumbtt.
 
O site dos organizadores é www.acin.com.pt
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Um mergulho no mar…

3 de setembro de 2009 Deixe um comentário
Aqui fica um filminho que fiz com a Santa Malta durante uma volta domingueira pelo Quintal.
Com direito a mergulho na costa da caparica e tudo!
Um domingo bem passado…
 
"Um mergulho no mar – No Quintal com a Santa Malta"

Abraços e bons mergulhos!
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